Add caption |
Em um experimento com bebes foi sugerida a seguinte questão: crianças eram filmadas por alguns minutos em sua cadeirinha, quando sua mãe entrava no mesmo espaço em que ela se encontrava imediatamente o impulso era de se jogar para a mãe para ser vista, essa a acolhia com brincadeiras e carícias, devolvendo-lhe a atenção. Outra criança era também filmada na mesma situação, porém essa mãe não correspondia aos anseios e impulsos do filho. Depois de um tempo a segunda criança começou a disfarçar suas emoções. Olhava para a mãe com o rabo dos olhos. E assim fizeram por três vezes, por alguns minutos apenas, quebrando depois essa atitude para que não prejudicasse a criança. Notou-se que, quando essa atitude é repetida por muitas vezes, a criança se desvincula da posição de ser vista e se recolhe, sentindo-se assim não vista. Alguns profissionais dizem para as mães deixarem a criança chorar, pois, depois de um tempo ela vai parar e depois disso aprende o comportamento. Na verdade o que acontece é que a indisponibilidade dos pais em resposta a esse ato espontâneo da criança, a faz sentir-se só e desprotegida em suas necessidades. Essa dinâmica reduz a criança a um adulto desconfiado, sem interesse pelas coisas, surgem sintomas como começar atividades e não termina-las, dá-se o nome de amor interrompido, ou ainda criança ferida.
Outro experimento que pude fazer bastante interessante é tendo um cliente já adulto com essa dinâmica, com os olhos vendados sem que ele saiba. Colocamos duas pessoas representando seus pais, então o cliente sente o campo e reage mesmo de olhos vendados. Alguns pais dizem que queriam muito que seus filhos se desvinculassem, porem não se desvincula o que não foi vinculado. A criança aqui em questão, o jovem, não sente força para deixar seus pais, tornam-se muitas vezes rebeldes sem causa, pelas dinâmicas que vivenciou na infância. Entre elas podemos citar: “meus pais não me olham, são fracos, devo cuidar deles”, “eles não me deram o que precisei agora não quero mais”, existem outras, mas, aqui não se faz necessário apontá-las. Fica então a criança dividida entre ficar e ir, ficar e ir. Para ficar e receber, é como se o que tem para receber fosse venenoso pelas questões que vivenciou na infância, por outro lado se não recebe, não tem contato, isso se torna muito cansativo levando-a a sentir-se sem força, sem energia para olhar suas próprias coisas, sua vida. Pense num carro onde alguém pisa no freio e acelerador, freio e acelerador, ufa! isso é bastante cansativo. Não existem jovens aproveitadores dos pais, que é o que ouço muitas vezes. O que existe é a falta de vínculo para depois haver o desvínculo. Ao contrario do que pensam algumas pessoas, não é nada confortável não ter forças para olhar para sua própria vida. É o que escuto de muitos jovens em meu consultório. Não que erramos com nossos filhos, pois, só podemos dar aquilo que recebemos, porém já é tempo de acordarmos e desatar esses nós, sem julgamentos. Hoje somos adultos e podemos segurar nossa criança ferida e dar a ela o que precisa. Como disse Nilton “nunca é tarde demais para se ter uma infância feliz”. Se assim fizermos, daremos aos nossos filhos a chance de se desprenderem desse nó sem transferir para seus filhos, nossos netos.
ANGELA MARIA CAMPOS ROCHA RABONI CRT 32.631angelamcamposrr@hotmail.com
Texto maravilhoso, Angela!!
ResponderExcluirVou recomendar no Facebook
Parabéns!!
Bjos
Geca
Ola! Parabéns pelo seu blog. Muito bons os textos e a forma como os assuntos são abordados. Lhe convido a conhecer o meu:
ResponderExcluirwww.universoterapeutico.blogspot.com
Um abraço e felicidades...